A 4 de novembro, assinalou-se o Dia da Consciencialização do Stress. Embora o stress seja um tema amplamente discutido, com a azáfama do dia-a-dia, por vezes, vamos desvalorizando alguns dos seus sintomas e à semelhança de muitas outras questões relacionadas com a saúde mental, o stresse é frequentemente objeto de incompreensão e estigmatização.
O stress é um conceito multifacetado definido como um conjunto de reações físicas, químicas e mentais em resposta a algum fator que está a provocar um desequilíbrio no organismo. É uma componente importante do nosso dia-a-dia, uma vez que nos ajuda a reagir a determinadas situações do nosso quotidiano, quer a nível profissional como pessoal, mas quando ocorre em excesso é prejudicial ao nosso organismo, com impacto na nossa saúde física e mental.
O stress tem custos significativos para os trabalhadores, organizações, economia e sociedade, sendo considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a «epidemia de saúde do século XXI».
De acordo com a Agência europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, o stresse relacionado com o trabalho afeta milhões de trabalhadores europeus em todos os ramos de atividade, sendo o 2.º problema de saúde mais referido na Europa. Portugal é o sétimo país europeu com índices mais elevados de stress no trabalho. A partir de 01 de janeiro de 2021 o stress profissional ou “burnout” passará a integrar a classificação internacional de doenças da OMS.
O ato de conduzir é uma tarefa extremamente desgastante e expõe os motoristas de veículos pesados de passageiros/mercadorias a inúmeros riscos psicossociais. O stress sentido pelos motoristas está relacionado com a organização do trabalho, insegurança laboral, jornadas de trabalho longas, risco de violência e assédio, condições adversas no trânsito, alterações climáticas e más condições de preservação das vias (Tuchesen et al. 2006). Nesse sentido, de acordo com a literatura a categoria profissional dos motoristas de veículos pesados de passageiros/mercadorias é considerada uma das profissões mais stressantes e com efeitos negativos para a própria organização, indivíduo e sociedade.
As situações de stress têm um impacto no desempenho do condutor, interferindo nos processos de pensamento, na flexibilidade cognitiva e na atenção, alterando, a forma como o motorista interpreta e perceciona as suas ações e assim, verificamos um aumento do potencial para condução arriscada, prejudicial ou perigosa.
A nível pessoal, os motoristas de veículos pesados de passageiros e mercadorias, relatam uma perda de qualidade de vida, evidenciando um aumento das tensões familiares e do isolamento social. A nível físico os motoristas relatam altos níveis de pressão sanguínea, sensação de fadiga e sobrecarga mental. Os diversos levantamentos epidemiológicos têm verificado uma relação entre o stress ocupacional dos motoristas e o aumento de distúrbios psicológicos, relacionados com o alcoolismo, depressão e transtornos de ansiedade. Têm-se verificado, nos motoristas, um aumento dos problemas gastrointestinais, musculoesqueléticas e nervosas.
Para a organização, os efeitos negativos incluem um fraco desempenho geral da empresa e aumento dos custos para a organização, em decorrência dos possíveis aumentos dos problemas de saúde dos profissionais, suscitando um aumento do absentismo, rotatividade, “presenteísmo” (trabalhadores que se apresentam ao trabalho doentes e incapazes de funcionar eficazmente) e subida das taxas de acidentes e lesões. Os custos estimados para as empresas e para a sociedade são significativos e chegam aos milhares de milhões de euros a nível nacional.
No entanto, com a abordagem correta, o stresse associado ao trabalho pode ser prevenido e gerido com sucesso, independentemente da dimensão ou tipo de empresa. O investimento na diminuição dos fatores de risco psicossocial e na gestão do stress dos seus colaboradores, é um investimento com um elevado retorno e que constitui um imperativo legal (Diretiva-Quadro 89/391/CEE). Neste sentido, a Academia de Formação da Carristur desenvolveu um pack de ações de formação que poderá ajuda-lo a enfrentar os desafios diários.
Esperamos por si!
Por: Cátia Ramalhete e Andreia Surgy
Psicólogas do Tráfego | Departamento de Formação
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